(Mateus 4.4)
O ser humano possui muitas necessidades físicas, e entre as mais básicas está a necessidade de se alimentar. Desde os primeiros momentos de vida, o corpo clama por sustento, mostrando o quanto somos dependentes do alimento para viver. Contudo, será que o homem se alimenta apenas para suprir suas necessidades fisiológicas?
O ato de comer vai muito além da simples saciedade. Consumimos alimentos cozidos, fritos, assados, enlatados ou in natura, não apenas por necessidade, mas também por prazer, preferência ou até mesmo atração. Quem nunca foi conquistado pelo cheiro de pão saindo do forno ou pela textura crocante de um alimento? O visual e o som do alimento desempenham um papel importante no apetite. Muitas vezes, comemos algo não porque temos fome, mas porque parece bonito, apetitoso ou porque queremos experimentar algo novo.
Porém, a Bíblia nos orienta sobre o perigo da gastrimargia, que é o pecado da gula. A gula é muitas vezes uma tentativa de suprimir emoções negativas, como tristeza, ansiedade ou solidão, usando o alimento como uma espécie de anestesia. Será que não é semelhante àquele que busca nas drogas uma forma de escapar de sua dor? Assim como as substâncias ilícitas podem destruir a vida de uma pessoa, o excesso de alimentos pode trazer consequências sérias para o corpo e a alma.
O apetite físico é insaciável e exigente. Um doce após o almoço parece irresistível, mesmo quando já estamos saciados. O ser humano aprecia a estética, a textura, o cheiro e até o ruído de um alimento. É um prazer que vai além do básico e, muitas vezes, se torna um hábito desordenado.
Apesar da grande variedade de alimentos à nossa disposição, isso não garante uma dieta saudável. Comemos muitas coisas desnecessárias e, às vezes, até prejudiciais. Não é à toa que tantas doenças modernas estão associadas a uma alimentação desordenada, como obesidade, diabetes e problemas cardíacos. Como diz um ditado antigo, “a diferença entre o remédio e o veneno está na dose”.
Por mais que busquemos satisfação na comida, o alimento terreno nunca será suficiente para preencher todas as necessidades do homem. Assim como o corpo físico precisa de nutrientes adequados, o espírito também necessita de alimento. E, infelizmente, no mundo espiritual, somos tão descuidados quanto na alimentação física, consumindo coisas que não nos nutrem ou até nos adoecem espiritualmente.
Jesus nos ensina que “nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mateus 4.4). Assim como o pão sustenta o corpo, a Palavra de Deus é o alimento essencial para a alma. Ela não apenas nos dá força para viver, mas também nos guia, nos corrige e nos transforma.
Enquanto os alimentos terrenos têm o poder de satisfazer momentaneamente, a Palavra de Deus nos dá uma satisfação eterna. Ela nos ajuda a discernir entre o que é bom e o que é prejudicial, tanto física quanto espiritualmente. Assim como selecionamos os alimentos que colocamos em nosso prato, devemos escolher cuidadosamente o que alimenta nossa mente e nosso coração.
Que possamos buscar na Palavra de Deus o sustento diário, encontrando nela a força e a direção para uma vida plena e saudável, tanto no corpo quanto na alma.
Por: Pastor Adeneir Sousa